Quero ser professora, e agora?

Meu grande sonho nesta vida é ser escritora e digamos que este sonho está uns passos adiantados - graças a Deus -, mas como é preciso ter uma faculdade, acabei optando por jornalismo. Sou muito comunicativa e adoro saber um pouquinho sobre tudo, sem contar que vejo no jornalismo um clima de mudanças a cada instante, já que a cada segundo acontece algo diferente ao redor do globo.

Neste ano, não sei o que aconteceu e não me recordo muito bem do momento exato, só sei que acordei em um belo dia decidida de que queria fazer história. Falando isso, me recordo de quando o meu professor de sociologia do ano passado, Bruno, disse que até o final do ensino médio mudaríamos muito de opções e eu ria, falando que nada me faria optar por outra coisa que não fosse o jornalismo. E olha só que ironia, eu, que bati o pé, mudei de curso.

Eu optei por história por desde pequena ser encantada pela matéria, ser apaixonada por tudo que envolve este mundo da história, para ser mais exata, por ser encantada por tudo que envolve o mundo, porque o mundo é história. Lembro que na minha primeira aula de história do sexto ano, o professor disse a seguinte frase: ''A história é o estudo do passado para entender o presente.'', e esta ficou na minha cabeça até os dias de hoje.

Mas o que eu quero fazer dentro da história é o objetivo principal deste texto. Bem, eu quero ser professora. Isso mesmo que vocês leram, eu quero ser professora.

No sétimo ano, meu professor de geografia passou o filme ''Escritores da Liberdade'' e conseguiu prender a atenção de quase trinta alunos que de alguma forma se identificaram com alguma história retratada do filme. Me recordo de sair da sala maravilhada pela história e principalmente, por saber que era baseado em fatos reais. Esse ano, minha professora de sociologia passou o mesmo filme e dessa vez, com uma perspectiva totalmente diferente, me vi como a professora Erin, vi meu futuro nesta mulher. 

Quando digo que quero ser professora, me chamam de louca e riem, falam que se a educação está deste jeito hoje, imagina quando ''chegar a minha vez''. No começo, eu concordava com esses pensamentos, mas ao longo do tempo vi que se eu der tudo de mim e exercer essa profissão por amor, como a professora Erin pode - e vai - dar certo!

Sabem aquela famosa frase de Madre Teresa de Calcutá em que diz ''O que eu faço é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor.''? Acredito muito nela e sempre quis ser essa gota no oceano. Eu sempre quis ser alguém na vida de alguém, sempre quis que um gesto meu fizesse uma grande diferença para alguém e que se lembrassem dele para a vida toda. E vi no exercício da profissão de professor a minha chance de ser uma gota no oceano para alguém, assim como muitos dos meus professores foram - e ainda são - a minha gota.

Ser professor hoje em dia não é nada fácil. Converso diariamente com os meus que reclamam da falta de disciplina dos alunos, dos baixos salários, da falta de interesse e etc. Mas ao mesmo tempo, são apaixonados pelo o que fazem, dão seu sangue e alma para aquilo através da busca por novos métodos de ensino, por trabalhos que seja do gosto de todos, por dinâmicas, entre tantas outras coisas. E isso me encanta, me encanta ao ponto de querer fazer o mesmo, de querer ir pra frente da sala e dar aquela aula que ficará marcada para sempre na mente - e no coração - de muitos. 

Quando eu penso no meu futuro, me imagino em frente a uma sala de aula repleta de alunos usando gírias enquanto explico a Revolução Francesa, fazendo piadas sobre Popo(Napoleão Bonaparte), e até mesmo usando as minhas cantadas históricas para falar sobre Incas, Astecas e Maias. 

Eu quero ser aquela professora que vai além da sala, que leva os alunos para o mundo, cria projetos e no final, consegue encantar a grande maioria. Quero ser a ponte deles para o que há lá fora, ponte para o conhecimento, ponte para a vida. Quero ser aquela professora que é mais do que educadora, que é amiga, conselheira. Tudo o que digo pode parecer loucura, e até mesmo besteira, mas é a mais pura verdade. 

Eu optei pela história e a sala de aula me encantou de alguma forma, assim, escolhendo-me para um futuro que está cada vez mais próximo. E sim, eu sei que vai ser difícil, terá momentos em que vou querer desistir, mas vale a pena. Vale a pena ser essa ponte para a educação de alguém, assim como os meus professores são para mim. Vale a pena todo esforço para no final, ser reconhecida nem que seja por um aluno por ter feito a diferença em sua vida. 

Termino este post dizendo que por mais difícil que possa parecer, vale a pena ir atrás do que você quer. E agradecendo a todos meus professores que me trouxeram até o dia de hoje, e que me encantaram ao longo desses 16 anos dentro de uma sala de aula. Vocês merecem todo amor do mundo!