Leia ao som de Boyce Avenue.
A noite não estava fria, nem quente. Digamos que ''dava para o gasto''. Estava agradável.
Era como se fosse nossa primeira vez. Mesmos sentimentos. Mesmos incômodos. Mesma agonia. Borboletas na boca do estômago. E eu não sabia como reagir a isso tudo. Escolhemos um programa comum de um casal apaixonado. Aquele sorvete gelado enquanto falaríamos sobre o que acontecera nos últimos meses, sentados no banco da praça e tornando a noite mais clichê possível. Mas éramos nós, portanto, algo teria que acontecer.
- Aonde vamos? – Ele perguntou.
- Sorveteria! – Eu respondi já imaginando o meu clássico sorvete de flocos.
Uns dez passos, alguns sorrisos. Chegamos. O lugar estava lotado e devido ao fato de que não sei conviver com muitas pessoas em um mesmo ambiente, fomos dar uma volta. Era uma grande avenida e tínhamos assunto para toda uma noite. Não sei o que era mais doce, aquele momento ou o meu sorvete. Até que no meio do caminho começou a chover e eu agradeci aos céus por não ter ido de sandália.
- Vamos procurar um lugar onde podemos ficar. – Eu disse.
- Tem as árvores da praça... – Ele respondeu.
- Pode ser.
Chegamos ao nosso destino e lá ficamos, até que a chuva aumentou e nos ensopou. Nós riamos e falávamos como era engraçado o fato de estar chovendo logo na hora em que resolvemos sair. Até que começou a esfriar e seus braços viraram meu casaco, minha moradia e devido a sua altura ser um pouco acima da minha, ele também me servia de guarda-chuva.
A verdade era que sabíamos que a árvore não nos impediria de ficarmos molhados, mas continuamos ali. Agarrados um ao outro, eternizando aquele momento que na minha cabeça lembrava-me filmes e na dele, seus animes. Quando a coisa apertou e a chuva piorou.
- Para onde nós vamos? – Ele perguntou.
- Para qualquer lugar onde possamos ficar sentados. – Eu respondi.
Foi quando avistamos uma marquise do outro lado da rua e corremos para lá. Sentamos na beirada de um estabelecimento e por lá ficamos esperando a chuva passar.
A chuva passou, voltou, passou e voltou. E lá permanecemos, afinal, era nossa noite e mesmo encharcados, ela estava sendo mágica.
Foi mágica quando ele tirou sua camisa para me secar.
Foi mágica a forma como ele tocou meus lábios e me beijou.
Foi mágica a forma como me tomou em seus braços e me rodopiou em seu colo.
Foi mágica a forma como ele foi meu protetor do frio.
Foi mágica a forma como ele me abraçou a cada pulo que eu dava devido aos trovões.
Foi mágica a forma como ele abraçou e sussurrou baixinho que me amava.
Foi mágica a forma como ele me ouviu.
Foi mágica a forma como ele me contou o que acontecia em sua vida e me confidenciou coisas suas, que naquele momento, tornaram-se nossas.
Mais uma vez ele pegara meus sonhos e me mostrara quão valiosos eles são.
Mais uma vez ele pegara meus medos e me mostrara que não preciso temer nada, pois ele sempre estará lá por mim.
Mais uma vez ele me mostrara que o mundo era pequeno demais para tudo que ele sentia.
E mais uma vez, ele fizera uma noite chuvosa torna-se uma noite maravilhosa.
Foram sorrisos, lágrimas, abraços, beijos infinitos, mimos e muito amor. Sempre muito amor. A cada momento eu me surpreendia mais em perceber a forma como ele amava e fazia todos momentos pura mágica.
Era meu conto de fadas, aquele que sempre sonhei.



Ai, que amorzinho! Esse texto se encaixa muito no que to vivendo! Amei!!!! Perfeito!
ResponderExcluir"Era meu conto de fadas, aquele que sempre sonhei." ❤
Muito obrigada, Dressa! Fico muito feliz em vê-la por aqui! <3
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