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22/12/2015

A Noite Não Estava Fria


 Leia ao som de  Boyce Avenue.

A noite não estava fria, nem quente. Digamos que ''dava para o gasto''. Estava agradável.

Era como se fosse nossa primeira vez. Mesmos sentimentos. Mesmos incômodos. Mesma agonia. Borboletas na boca do estômago. E eu não sabia como reagir a isso tudo. Escolhemos um programa comum de um casal apaixonado. Aquele sorvete gelado enquanto falaríamos sobre o que acontecera nos últimos meses, sentados no banco da praça e tornando a noite mais clichê possível. Mas éramos nós, portanto, algo teria que acontecer.

- Aonde vamos? – Ele perguntou.
- Sorveteria! – Eu respondi já imaginando o meu clássico sorvete de flocos.

Uns dez passos, alguns sorrisos. Chegamos. O lugar estava lotado e devido ao fato de que não sei conviver com muitas pessoas em um mesmo ambiente, fomos dar uma volta. Era uma grande avenida e tínhamos assunto para toda uma noite. Não sei o que era mais doce, aquele momento ou o meu sorvete. Até que no meio do caminho começou a chover e eu agradeci aos céus por não ter ido de sandália.

- Vamos procurar um lugar onde podemos ficar. – Eu disse.
- Tem as árvores da praça... – Ele respondeu.
- Pode ser.

Chegamos ao nosso destino e lá ficamos, até que a chuva aumentou e nos ensopou. Nós riamos e falávamos como era engraçado o fato de estar chovendo logo na hora em que resolvemos sair. Até que começou a esfriar e seus braços viraram meu casaco, minha moradia e devido a sua altura ser um pouco acima da minha, ele também me servia de guarda-chuva.

A verdade era que sabíamos que a árvore não nos impediria de ficarmos molhados, mas continuamos ali. Agarrados um ao outro, eternizando aquele momento que na minha cabeça lembrava-me filmes e na dele, seus animes. Quando a coisa apertou e a chuva piorou.

- Para onde nós vamos? – Ele perguntou.
- Para qualquer lugar onde possamos ficar sentados. – Eu respondi.

Foi quando avistamos uma marquise do outro lado da rua e corremos para lá. Sentamos na beirada de um estabelecimento e por lá ficamos esperando a chuva passar.

A chuva passou, voltou, passou e voltou. E lá permanecemos, afinal, era nossa noite e mesmo encharcados, ela estava sendo mágica.

Foi mágica quando ele tirou sua camisa para me secar.
Foi mágica a forma como ele tocou meus lábios e me beijou.
Foi mágica a forma como me tomou em seus braços e me rodopiou em seu colo.
Foi mágica a forma como ele foi meu protetor do frio.
Foi mágica a forma como ele me abraçou a cada pulo que eu dava devido aos trovões.
Foi mágica a forma como ele abraçou e sussurrou baixinho que me amava.
Foi mágica a forma como ele me ouviu.
Foi mágica a forma como ele me contou o que acontecia em sua vida e me confidenciou coisas suas, que naquele momento, tornaram-se nossas.

Mais uma vez ele pegara meus sonhos e me mostrara quão valiosos eles são.
Mais uma vez ele pegara meus medos e me mostrara que não preciso temer nada, pois ele sempre estará lá por mim.
Mais uma vez ele me mostrara que o mundo era pequeno demais para tudo que ele sentia.
E mais uma vez, ele fizera uma noite chuvosa torna-se uma noite maravilhosa.

Foram sorrisos, lágrimas, abraços, beijos infinitos, mimos e muito amor. Sempre muito amor. A cada momento eu me surpreendia mais em perceber a forma como ele amava e fazia todos momentos pura mágica.

Era meu conto de fadas, aquele que sempre sonhei.

No outro dia, falamos só sobre a falta de dança em meio as gotas que haviam caído, mas nada superara aquela noite. E nada iria superar.  

2 comentários:

  1. Ai, que amorzinho! Esse texto se encaixa muito no que to vivendo! Amei!!!! Perfeito!
    "Era meu conto de fadas, aquele que sempre sonhei." ❤

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    1. Muito obrigada, Dressa! Fico muito feliz em vê-la por aqui! <3

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