Sentada na orla da minha adorável Copacabana, estava eu, ao som de Talismã Sem Par do meu querido Jorge Vercillo quando o avistei ao longe. Cabelo enrolado, corpo indefinido, olhar meio perdido e dono do sorriso mais lindo.
Eu que de timidez não possuía nada, na mesma hora me levantei e fui em sua direção. Ao seu lado tinha uma prancha e mesmo sem entender nada de surf, puxei assunto, afinal, era verão, era dezembro, era Copacabana e era eu com a minha sede de amor.
- Como está o mar hoje? - Perguntei, sentando-me ao seu lado e o assustando.
- Bem, está calmo. Talvez não role nada. - Respondeu-me enquanto voltava os olhos para as águas claras daquele mar.
- Marina, muito prazer! - Eu disse, enquanto firmava meus pés naquela areia quente e pensava em quanto queria conhecer aquele surfista mais fundo.
- Felipe. - Ele respondeu após um tempo. - Você é descendente de índio, por acaso?
- Sim.. - Respondi sem muito entusiasmo, afinal, sempre me faziam essa pergunta.
- Amei em Pequim, em Jerusalém, em Amsterdã mas o meu divã é a tua pele tupi guaraná, guarani.. - Cantarolou o menino do cabelo enroladinho. - Reparei por causa da sua pele e seu jeitinho de organizar o cabelo.
- Cheguei em Paris, de lá pude ver toda tua luz, minha Vera Cruz. Eu te amo e apesar de cigano, só penso em você. - Devolvi, afinal, era Jorge Vercillo. - Você gosta de Jorge Vercillo?
- Uau, que dádiva. Você conhece Jorge. E sim, gosto, gosto muito, gosto com gosto.
- Isso é culpa dos meus pais.
Neste momento, ouvi alguém chamar por meu nome e quando olhei para trás, era mamãe. Ah, mamãe, não tinha hora melhor para me chamar? No mesmo instante me levantei e quando estava pronta para correr pude ouvi-lo cantarolar Talismã Sem Par.
- Oi, só queria te dizer, foi tão bom te conhecer, eu não como explicar..
Neste momento eu só pude virar para trás e movimentar os lábios sem emitir algum som ''amanhã te vejo''.
E no outro dia, lá estava eu, no mesmo local, esperando por Felipe. E ele chegou, e sentou comigo e conversamos por toda uma tarde. E trocamos telefones, e marcamos de se encontrar outros dias. E assim foi todo os dias do meu dezembro ensolarado, do nosso dezembro ensolarado. Muita praia, muito nós e alguns barzinhos a noite. E muito amor, no final de dezembro havia muito amor. Era como se eu pudesse ver o que havia dentro dele, tudo aquilo existia para me completar.
Até que um dia Felipe deixou de vir, e deixou de responder minhas mensagens, e atender minhas ligações. Me perdendo e deixando tudo sem a miníma explicação. E eu vi, que eu era um talismã, um talismã sem par.


amei o post, amei a musica (não conhecia)
ResponderExcluirMuito obrigada! E fico muito feliz que tenha gostado da música, Jorge é o meu amor!
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