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11/10/2015

Talismã Sem Par


 Era um belo verão de um dezembro qualquer, um dos mais quentes, daqueles que mereciam horas na praia, daqueles que mereciam horas na orla de Copacabana. Foi nesse verão que o conheci. Foi nesse verão que minha vida mudou. Foi nesse verão que Felipe chegou.
  Sentada na orla da minha adorável Copacabana, estava eu, ao som de Talismã Sem Par do meu querido Jorge Vercillo quando o avistei ao longe. Cabelo enrolado, corpo indefinido, olhar meio perdido e dono do sorriso mais lindo.
  Eu que de timidez não possuía nada, na mesma hora me levantei e fui em sua direção. Ao seu lado tinha uma prancha e mesmo sem entender nada de surf, puxei assunto, afinal, era verão, era dezembro, era Copacabana e era eu com a minha sede de amor.
  - Como está o mar hoje? - Perguntei, sentando-me ao seu lado e o assustando.
  - Bem, está calmo. Talvez não role nada. - Respondeu-me enquanto voltava os olhos para as águas claras daquele mar.
  - Marina, muito prazer! - Eu disse, enquanto firmava meus pés naquela areia quente e pensava em quanto queria conhecer aquele surfista mais fundo.
  - Felipe. - Ele respondeu após um tempo. -  Você é descendente de índio, por acaso?
  - Sim.. - Respondi sem muito entusiasmo, afinal, sempre me faziam essa pergunta.
  - Amei em Pequim, em Jerusalém, em Amsterdã mas o meu divã é a tua pele tupi guaraná, guarani.. - Cantarolou o menino do cabelo enroladinho. - Reparei por causa da sua pele e seu jeitinho de organizar o cabelo.
  - Cheguei em Paris, de lá pude ver toda tua luz, minha Vera Cruz. Eu te amo e apesar de cigano, só penso em você. - Devolvi, afinal, era Jorge Vercillo. - Você gosta de Jorge Vercillo?
  - Uau, que dádiva. Você conhece Jorge. E sim, gosto, gosto muito, gosto com gosto.
  - Isso é culpa dos meus pais.
  Neste momento, ouvi alguém chamar por meu nome e quando olhei para trás, era mamãe. Ah, mamãe, não tinha hora melhor para me chamar? No mesmo instante me levantei e quando estava pronta para correr pude ouvi-lo cantarolar Talismã Sem Par.
  - Oi, só queria te dizer, foi tão bom te conhecer, eu não como explicar..
  Neste momento eu só pude virar para trás e movimentar os lábios sem emitir algum som ''amanhã te vejo''.
  E no outro dia, lá estava eu, no mesmo local, esperando por Felipe. E ele chegou, e sentou comigo e conversamos por toda uma tarde. E trocamos telefones, e marcamos de se encontrar outros dias. E assim foi todo os dias do meu dezembro ensolarado, do nosso dezembro ensolarado. Muita praia, muito nós e alguns barzinhos a noite. E muito amor, no final de dezembro havia muito amor. Era como se eu pudesse ver o que havia dentro dele, tudo aquilo existia para me completar.
  Até que um dia Felipe deixou de vir, e deixou de responder minhas mensagens, e atender minhas ligações. Me perdendo e deixando tudo sem a miníma explicação. E eu vi, que eu era um talismã, um talismã sem par.


2 comentários:

  1. amei o post, amei a musica (não conhecia)

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    1. Muito obrigada! E fico muito feliz que tenha gostado da música, Jorge é o meu amor!

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