Eu sou o capitão do meu próprio navio, meu barco é tão pequeno e este mar é tão vasto…
Navegando te encontrei em águas desconhecidas. Misteriosa pra mim, como uma lendária sereia que me narraram certa vez os velhos lobos do mar. Tu não eras apenas simples mulher, eras assim algo mais, era o próprio desejo de navegar que todos temos. Eras a brisa fria que o norte trazia, o calor do sol se pondo, o vento que carregava o sal do mar e que batia em meu rosto e soprava vida contra minha face. Tu eras a calmaria das ondas e também a mais furiosa das tempestades. Tu és agora minha bússola, minha estrela guia, em noites de penumbra só a tua luz ilumina meus pensamentos como um farol que me afasta do perigo. Tuas ondas são violentas, me encharco com suas palavras. Quanto mais tormentas tu te tornas, mais desbravador serei eu.
Não tenho nada, só tenho palavras. Não tenho nada, só tenho vontade. Não tenho nada, não tenho você. Num mar de incertezas, navego às cegas. A qualquer momento posso naufragar, mas ainda sei que meu único motivo é te encontrar. Nessa Odisseia do amor contemporâneo, sigo sendo Odisseu que a cada dia, a cada dúvida, a cada mensagem, palavra e suspiro, encontra-se cada vez mais perto de você, minha amada Penélope.
Tu não és apenas simples mulher. És filha dessas águas que molham nossos pés na beira da praia. Ali, parada e de braços abertos, você dá sentido a toda essa vastidão que é este mar, que é a minha vida.



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