Bom
dia, vida. Tem dias que começam meio estranhos. E a vontade de escrever, que
não aparecia faz tempo, até volta. Ela nunca se foi na verdade. O que tem
faltado são palavras mesmo. E isso tem sido ruim. Nesse tempo, tanta coisa
ficou por isso mesmo por falta de palavras. Tanta coisa foi sendo deixada para
depois que eu espero que esse “depois” não seja um “tarde demais”. Eu realmente
espero. Porque eu percebi só hoje que a sensação de estar feliz, mas não estar
bem, que é tão contraditória, mas agora faz sentido. Eu não estou feliz comigo
mesma. Com quem eu tenho sido ou com o que eu tenho feito. Sei lá, não se
parece comigo. Às vezes, eu paro e penso se, na verdade, eu não era assim o
tempo todo, mas me segurava por medo. E se isso que eu sou hoje é realmente o
que eu sou e sempre fui, mas eu não aceitei direito ainda. Ou eu simplesmente
ainda não compreendi. Entendem?
Eu
deixei muitas coisas pra depois. Conversas pra depois. Conversas que, na
verdade, nem podiam esperar. E agora eu tenho medo de como vai ser. Se vai ter
como voltar ao normal ou perto disso. Ah, o meu medo. Sempre aqui. Sempre tão
presente. O meu medo de viver de verdade. De me deixar sentir. De simplesmente
ser e me mostrar. O medo que me paralisa tantas vezes. E me dá vontade de
chorar. Esse medo meio que foi enterrado. Mas hoje eu percebi que ele nunca foi
embora. E que ele vai estar sempre aqui. E eu vou ser sempre pé atrás e com
medo de arriscar. Com medo de pagar pra ver de verdade. Com medo de me expor ao
mundo e ficar sem nada. Com medo de ser. Medo desse mundo cruel. É difícil
confiar nas pessoas assim. E aí, eu me sinto culpada. Porque as pessoas
demonstram e eu pareço fria. Distante. Mas eu não quero me machucar. Parece que
eu construí muros para me proteger do mundo. Para me proteger das pessoas. Para
me proteger dos meus sentimentos e dos sentimentos dos outros.
Eu
tenho estado quieta. Mas minha mente tem estado uma bagunça. E eu tenho
ignorado isso. Ignorado a minha mente barulhenta demais. Por ter vezes que nem
eu consigo entender. Às vezes, eu gostaria de poder mostrar ao invés de tentar
falar. Falar tem disso de ser difícil. Porque tem coisas que você sente e não
sabe explicar. Mas temos que tentar. E não dizer simplesmente que não consegue.
Eu tenho que parar de ignorar todos os gritos que a minha mente dá. Parar de
ignorar o fato que não dá pra ser desse jeito por muito mais tempo. Que eu não
vou aguentar assim por muito mais tempo. Mas assim como? Barulho.
O
que eu tenho sido? O que eu tenho feito?
Eu sou boa em ser desastrada. Em todos os sentidos.



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