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08/12/2016

Tem conserto?


Bom dia, vida. Tem dias que começam meio estranhos. E a vontade de escrever, que não aparecia faz tempo, até volta. Ela nunca se foi na verdade. O que tem faltado são palavras mesmo. E isso tem sido ruim. Nesse tempo, tanta coisa ficou por isso mesmo por falta de palavras. Tanta coisa foi sendo deixada para depois que eu espero que esse “depois” não seja um “tarde demais”. Eu realmente espero. Porque eu percebi só hoje que a sensação de estar feliz, mas não estar bem, que é tão contraditória, mas agora faz sentido. Eu não estou feliz comigo mesma. Com quem eu tenho sido ou com o que eu tenho feito. Sei lá, não se parece comigo. Às vezes, eu paro e penso se, na verdade, eu não era assim o tempo todo, mas me segurava por medo. E se isso que eu sou hoje é realmente o que eu sou e sempre fui, mas eu não aceitei direito ainda. Ou eu simplesmente ainda não compreendi. Entendem?

Eu deixei muitas coisas pra depois. Conversas pra depois. Conversas que, na verdade, nem podiam esperar. E agora eu tenho medo de como vai ser. Se vai ter como voltar ao normal ou perto disso. Ah, o meu medo. Sempre aqui. Sempre tão presente. O meu medo de viver de verdade. De me deixar sentir. De simplesmente ser e me mostrar. O medo que me paralisa tantas vezes. E me dá vontade de chorar. Esse medo meio que foi enterrado. Mas hoje eu percebi que ele nunca foi embora. E que ele vai estar sempre aqui. E eu vou ser sempre pé atrás e com medo de arriscar. Com medo de pagar pra ver de verdade. Com medo de me expor ao mundo e ficar sem nada. Com medo de ser. Medo desse mundo cruel. É difícil confiar nas pessoas assim. E aí, eu me sinto culpada. Porque as pessoas demonstram e eu pareço fria. Distante. Mas eu não quero me machucar. Parece que eu construí muros para me proteger do mundo. Para me proteger das pessoas. Para me proteger dos meus sentimentos e dos sentimentos dos outros.

Eu tenho estado quieta. Mas minha mente tem estado uma bagunça. E eu tenho ignorado isso. Ignorado a minha mente barulhenta demais. Por ter vezes que nem eu consigo entender. Às vezes, eu gostaria de poder mostrar ao invés de tentar falar. Falar tem disso de ser difícil. Porque tem coisas que você sente e não sabe explicar. Mas temos que tentar. E não dizer simplesmente que não consegue. Eu tenho que parar de ignorar todos os gritos que a minha mente dá. Parar de ignorar o fato que não dá pra ser desse jeito por muito mais tempo. Que eu não vou aguentar assim por muito mais tempo. Mas assim como? Barulho.

O que eu tenho sido? O que eu tenho feito?

Eu sou boa em ser desastrada. Em todos os sentidos.

Pra quem vê, parece até que eu estou reclamando demais. Que eu tenho muito para estar bem e não estou. E é isso mesmo. Eu tenho muito para estar bem mesmo. Mas eu não estou bem comigo. E eu preciso disso. Eu preciso do bem-estar comigo mesma. Deixa pensar que eu reclamo demais. Mas é assim que eu me sinto. E eu nem estou reclamando. Eu só estou dizendo: eu preciso dar um jeito nisso. Nisso e em tantas outras coisas que foram deixadas para depois. Pra ontem.


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