Ela é extrovertida, mas é tímida, de poucas palavras, que tem vergonha de aparecer em público. Ela é engraçada, espontânea, mas também é retraída. Ela é calma, mas sim, perde a paciência as vezes. Ela é desorganizada, bagunceira, mas perfeccionista e detalhista. Ela é autoestima aparentemente alta, mas no fundo sempre baixa. Ela é desastrada, e nesse caso quase não tem um oposto, mas como toda regra, tem a exceção, as vezes, de vez em quando, ela consegue fazer as coisas direito, andar na rua sem tropeçar, entregar uma folha sem amassar.
As vezes, ela é não. As vezes, ela é sim. Não sei, na verdade, quase sempre não sei. Uma das poucas certezas sobre ela, é sua incerteza.
Não haveria como saber ao mesmo tempo tudo e nada sobre ela, se ela não fosse eu, e o sentimentos dela não fossem meus.
Mas afinal, pra que ter certeza de tudo? Porque as pessoas preferem tudo no preto ou no branco? Porque é sempre sim ou não?
A vida é muito mais bonita e divertida colorida, e as opções nunca são vagas o suficiente para se saciarem com um sim ou não. Mas acima de tudo, as pessoas não são vagas o suficiente para se definirem com adjetivos que as caracterizem como tal e ponto final. Por isso, sou sim, desorganizada dentro da minha bagunça, sã dentro da minha loucura, tímida na minha extroversão.
Eu não quero me limitar a isso ou aquilo. Não é ficar em cima do muro, porque eu deveria escolher um lado e ficar nele permanentemente? Porque não fazer portão no muro, e dar liberdade para trocar de lugar quando bem entender?
Pensei por muito tempo que isso fosse falta de autoconhecimento, e já ouvi isso algumas vezes também, mas não é falta de conhecimento sobre si mesmo, é versatilidade, abertura a mudanças, à tudo.
É ser tudo ao mesmo tempo. Mas confesso que tenho medo que esse tudo acabe se mostrando um grande nada.



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