Era uma noite escura, fazia frio e na rua estavam milhares de pessoas procurando um sentido para festejar. Tentavam encontrar-se nas bebidas, nos beijos de esquinas e alguns até se arriscavam a irem mais além, mais profundo.
Uma menina acompanhava sua mãe em meio aquele mar de gente sem sentido e sorria, afinal, não importava o lugar que estivesse, ela estava acompanhada de seu bem maior.
Devia ter uns 5 anos, mas era tão inteligente, tão esperta. E só tinha medo de uma coisa: perder-se. Por isso agarrava nas mãos firmes de sua mãe, como se solta-la fosse o maior pecado do mundo.
Enquanto andavam em meio a multidão, ela observava as pessoas ao seu redor, perdendo-se e comemorando um nada. E continuava agarrada a sua mãe, que sorria ao atravessar a praça e cumprimentar um ou outro. Logo pararam em uma esquina qualquer. A mãe havia encontrado uma conhecida que merecia mais do que um sorriso e aceno de cabeças.
- Vá se divertir, filha! - Ela dizia. - Mamãe ficará aqui. - Ela tranquilizara.
E assim a menina foi, correr em meio as crianças que preenchiam parte da rua. Até que alguns minutos depois, acabou cansando-se e resolveu correr de encontro a sua mãe. Quando chegou ao local, abraçou-a. Mas que surpresa a pequena teve, não era sua mãe. Era alguém com uma roupa parecida que assustou-se com a proximidade da garota. E a pequena, tremeu em si, com medo do que pudera vir acontecer.
Olhou em volta e nada de achar a mãe, nada de encontrar sua fonte de segurança. O desespero crescia a cada momento passado perdida entre aqueles seres sem motivação, até que ela avistou ao fundo da multidão a maior alegria de seu coração.
Correu ao encontro de sua mãe, como correria ao encontro de um prato de brigadeiro feito em uma tarde gélida de domingo. Abraçou-a e chorou, sem perceber, espantando de seu ser todo medo e angústia que sentira. A mãe, ria com tamanho amor que lhe era dado e a menina dizia baixinho:
- Nunca mais me soltarei de você, nunca mais.



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