Quem me conhece mais profundamente, sabe que eu amo mochila. Gostaria de ter
uma coleção delas. Desde as de couro, modelos mais discretos, até aquelas mais
coloridas, com tons de verde e laranja. Não importa a marca não. Importa ser
uma mochila. Precisa ter espaço pra minha câmera, algumas comidas fáceis, e
duas ou três peças de roupa.
Sério mesmo, não precisa de muito luxo não. Um bolsinho pra carteira e celular
é o que eu exijo. Nada mais. Afinal, quem viaja, quer lembrança, quer sujeira,
quer uma câmera, quer o vento, quer o momento, quer se distrair, quer se
permitir guardar tudo numa mochila pra abrir os braços e sentir a brisa de um
lugar calmo, de um lugar agitado e de um lugar inexplorado.
Ah, a vida né?
Quem viaja, até gosta de ir sozinho. Até gosta de ser independente e mostrar
isso no facebook. É bom provar pra si mesmo que você consegue se virar em um
lugar diferente com suas próprias crenças e princípios sem precisar implorar
pela ajuda de alguém ou ter de se humilhar para tal assistência.
Mas, sejamos francos. É melhor entrar em um restaurante acompanhado. É melhor
entrar numa cidade acompanhado. É melhor jantar acompanhado. É melhor olhar o
mar acompanhado. É melhor entrar no avião acompanhado. É melhor viver uma vida
acompanhado de uma outra vida que te acompanhe.
Assim como na mochila, não tenho muita frescura pra essa parte não. Acompanhar
não é ser um peso e nem se tornar um peso durante a viagem e sim, deixar as
bagagens mais leves. Deixar a vida mais leve e deixar a viagem mais segura. Eu
me sinto seguro dentro de um abraço. Vai que uma imprevisto acontece e estou sozinho neste lugar que nem sei
pronunciar o nome? Acompanhado, tenho alguém pra sofrer comigo.
Cara mochileira, não te prometo água potável, nem muito conforto. Prometo a ti,
um espacinho na mochila para seu diário e um café quente aos domingos.
Sei que não é muito. Mas sei que meu abraço barato, só dou pra quem vale muito.



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