Do Fundo do Mar é o blog da Marina, uma pessoa ao qual consigo resumir com um único sentimento: amor. A Marina é uma pessoa incrível e a cada resposta que eu lia parecia que a conhecia de anos e já éramos melhores amigas - fica a dica, Mari! Vem conhecer e se apaixonar por este doce de escritora.
Sobre a escrita
Por favor, Julia: Quando você percebeu que gostava de escrever e que
tinha o dom?
Marina: Quando
eu tinha uns 10 anos de idade, minha professora do primário pediu para fazermos
um trabalho baseado num livro que estávamos lendo. O meu trabalho foi um cordel,
que eu fiz sozinha, e os meninos do meu grupo cantaram na aula, caracterizados
e tudo mais. Lembro que a professora ficou admirada com a apresentação e com a
minha pequena obra e perguntou seriamente se tinha sido eu quem tinha feito,
porque continha tempos verbais que ainda não nos tinha sido ensinado em aula.
Desde então, comecei a escrever poemas. Depois, com 11 anos, escrevi minha
primeira história, um conto ilustrado de 7 páginas sobre uma árvore encantada
que realizada desejos. Mais tarde, com uns 13, na época em que comecei a ler
Agatha Christie, resolvi escrever uma história no gênero suspense policial.
Nunca concluí. Depois, estava lendo A Marca de uma Lágrima, de Pedro Bandeira,
e tentei um romance adolescente. Também nunca concluí. Comecei a escrever
contos menores, todos no gênero romance adolescente, e dava pras minhas amigas
lerem. Ainda escrevi uma história com mais de 70 páginas, nesse estilo. Então,
com uns 15, criei um blog, que na época era hospedado no falecido weblogger, e
comecei a escrever microcontos para postar nele. Escrevi vários estilos, nesse
meio tempo, concluindo alguns e deixando outros de lado.
Por
favor, Julia: Qual maior dificuldade que encontra na hora de escrever? E
qual a coisa mais fácil?
Marina: A
dificuldade é sempre começar. Encontrar um tema, a frase inicial certa e, se
for a continuação de uma história ou texto em que eu estava trabalhando
anteriormente, é difícil voltar no mesmo tom. Às vezes, preciso ler uma boa
parte do que eu escrevi para poder não destoar, mesmo que tenha parado na noite
anterior. Fácil é seguir no fluxo, quando sua mente já está tão profundamente
da história que ela parece que vai se escrevendo, os personagens já têm tanta
personalidade que caminham sozinhos. Já virei noites várias vezes para não
perder a linha de raciocínio.
Por favor, Julia: Se pudesse ser um escritor(a), qual seria?
Marina: Neil
Gaiman. Adoro o estilo de história, de como ele escreve cenas fantasiosas com o
mesmo tom com que qualquer um falaria de algo perfeitamente normal. Meu grande
sonho é escrever e criar mundos como ele.
Foi-se a música, como se foi o amor. Como manter o amor, se além de não correspondido, era maltratado e desprezado? E como manter a música sem a poesia do estar amando? Como seguir cantando, preso numa gaiola de amargura? Como continuar poetizando? Como permanecer vivendo? - Notas de Adeus, Marina Melo
Por favor, Julia: Qual seu gênero textual favorito?
Marina: Gênero
textual seria escolher entre poesia ou prosa? Escrevo e leio exclusivamente em
prosa, quase exclusivamente ficção. O estilo que mais gosto é literatura
fantástica.
Por favor, Julia: Qual o horário em que mais gosta de escrever?
Marina: Sou
uma pessoa noturna, só consigo escrever de madrugada.
Por favor, Julia: Consegue escrever em qualquer lugar e a qualquer
momento ou precisa de um tempo só para você?
Marina: Conseguir,
eu consigo. Consigo elaborar um texto para o blog no meio da manhã, na minha
mesa de trabalho, mas não fica tão bom quanto o que eu escreveria de madrugada,
no meu quarto. Então, talvez eu deva dizer que, sim, preciso de um tempo para
mim.
Por favor, Julia: Tem planos para escrever livros no futuro?
Marina: Atualmente,
tenho planos de voltar de vez para a fantasia, com 3 ideias já bem
estruturadas; um projeto de uma série de romance e, concluído, o primeiro
volume desse romance.
No escuro, os monstros viram reais. Todos aqueles monstros que habitavam somente a minha cabeça durante o dia saem de suas moradas nos giros cerebrais para caminharem à noite, no mundo real. Vivendo à noite, como corujas, ou vampiros. No escuro, as sombras se unem, tornando-se uma só. A escuridão torna-se real. E a realidade se confunde com o desconhecido. - Medo do Escuro, Marina Melo.
Por favor, Julia: Quem te inspirou a entrar no grande mundo da
escrita?
Marina: Não
sei se existe uma pessoa específica que me inspirou. Talvez todos os escritores
que eu admiro: Neil Gaiman, Gabriel García Márquez, Ernest Hemingway, Clarice
Lispector, Machado de Assis, Agatha Christie, Terry Pratchett, Philip Pullman,
Pedro Bandeira, Tolkien, J. K. Rowling.
Por favor, Julia: O que mais te inspira na hora de produzir?
Marina: Livros,
às vezes filmes. Tenho percebido que minha escrita é intimamente influenciada
pelos livros que estou lendo, então sempre tento ler livros no estilo do que
pretendo criar, naquele momento.
Por favor, Julia: Tem algum livro publicado? Se sim, apresente-o.
Marina: Publicado,
não tenho. Tenho algumas histórias concluídas; entre elas um romance, como
falei anteriormente. Não sei se tenho interesse em publicar esse estilo. Tenho
mais carinho pelos meus projetos de literatura fantástica.
Sobre o blog
Por favor, Julia: Por que criou o blog?
Marina: Criei
o blog porque senti necessidade de, em vez de ficar empoeirando meu armário de
páginas escritas e lotando meu computador de arquivos, jogar meus textos para o
mundo, para serem lidos.
Por favor, Julia: Conte a história do nome do seu blog.
Marina: O Do Fundo do Mar era
originalmente o nome do meu Fotolog, depois passou a ser uma página no MySpace.
O nome saiu por causa do meu nome, Marina, que significa "do mar".
Então tudo o que eu escrevo seria fruto das profundezas do oceano da minha
mente.
Recuperei meus passos e fui até ela, sentando-me num banco ao seu lado, sem nada dizer. Minhas palavras haviam sumido. Seus olhos turvos e vermelhos ergueram-se da bebida e dirigiram-se para mim. Olharam-me como se estivesse me reconhecendo ou lembrando-se de algo. Então, a despeito das lágrimas e das bochechas molhadas, ela sorriu. E, naquele instante, eu só tive uma certeza: nem nos melhores dias, lá em cima, eu tinha visto algo tão lindo. - Vigília, Marina Melo.
Por favor, Julia: Qual foi a maior lição que aprendeu com o blog?
Marina: Acho que aprendi um pouco a ouvir críticas. Não totalmente, porque
sempre incomoda e às vezes a gente leva, sem querer, pro lado pessoal. Também
aprendi a distinguir uma crítica real de uma crítica feita só para desmerecer.
Por favor, Julia: Já pensou em desistir alguma vez?
Marina: Várias vezes. Já tive longos períodos de hiato, em que perdi grande
parte dos meus leitores. Mas preferi manter o blog ativo, porque sabia que
voltaria, quando estivesse melhor.
Por favor, Julia: Se pudesse ser uma blogueira(o), qual seria?
Marina: Essa é difícil; não acompanho blogueiros escritores como gostaria.
Talvez o Rob Gordon, porque ele escreve crônicas, que é mais ou menos o meu
estilo, e tem muitos leitores fiéis, não só visitantes ocasionais. E tem também
livros publicados, um deles sendo a genial comic Terapia.




Ai, que lindo. Obrigada. E muito prazer, Julia. <3
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