Um dia desses me dei conta de uma coisa: não sei desapegar.
Cheguei a essa conclusão depois de ter visto até a décima temporada de Grey’s Anatomy e voltado ao início. Eu sei, até a décima? A série ainda está sendo filmada, porém, me recuso a ver sem a Cristina Yang. Ela é a alma do show, sem essa de drama de Meredith e Derek. Enfim, após finalizar a décima temporada eu fiquei vendo episódios picados por quase um mês, simplesmente não conseguia desapegar da série.
Até que me dei conta de que não sou uma pessoa que pratica o desapego. Não sei desapegar daquela série ou filme, não sei desapegar da minha blusa preta que já está apertada e principalmente, não sei desapegar das pessoas. Sabe aquele amigo da oitava série que você era íntimo e agora você não tem nem mais afinidade? Eu insisto em chamá-lo de amigo e tento incluir ele na minha vida.
Já perdi várias oportunidades em minha vida por causa de muito apego. Por exemplo, início de 2015 eu só escutava músicas da banda Nirvana, não tinha outra coisa na minha playlist. Era Nirvana de dia, tarde e noite. “Essa música, Polly, Kurt foi um gênio em escrevê-la desse ponto de vista” era o que eu falava pra quando alguém que falava que eu precisava escutar outra coisa. Até que um dia, voltando da escola, no carro com meu amigo Hudson ele decide me mostrar uma música da banda Arctic Monkeys, eu fiz ele trocar a música por About A Girl (adivinha quem canta!). Nesse dia perdi a oportunidade de conhecer uma das minhas bandas favoritas por falta de desapego, hoje eu quase não escuto mais Nirvana, escuto Arctic Monkeys e outras bandas e estou sempre disposta a conhecer novas possíveis bandas favoritas.
A situação do desapego me deu uma lição hoje. Fui fazer uma prova em MG e não fui tão bem quanto eu gostaria (humanas eu arrasei, exatas nem tanto...) e o motivo de eu ter não ter ido melhor foi que eu simplesmente não conseguia desapegar daquele episódio, daquele capítulo do livro que estava lendo ou de responder aquele grupo de amigas pra estudar um pouco mais. Desapegar de coisas pequenas pode sim trazer grandes resultados. A frase é clichê, mas eu sou a prova que ela funciona. Começar a desapegar é difícil, desapegar de manias bobas ou vícios que parecem inofensivos vão te ajudar de alguma forma no futuro ou até mesmo no presente.
Desapegue daquele amigo que nem é tão amigo assim, daquela mania de olhar a foto de perfil da pessoa que não está nem ai pra você, desapegue de mandar indiretas, desapegue de frituras e refrigerantes ou de doces. Desapegue do que te prende de se apegar a uma coisa nova.
E você? O que você já fez de desapego hoje?
P.S.: SÓ NÃO VALE DESAPEGAR DO CRUSH, PORQUE A ESPERANÇA DO CRUSH NOS NOTAR NUNCA MORRE!
Maria Julia Ourique
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