E quando eu pensei que não, você me surpreendeu. Trouxe flores, trouxe cores, veio sem suas dores. Eu desviei e entrei na próxima avenida chamada ‘’Dessa Vez Não’’ e te encontrei na esquina com seu violão, enquanto seus dedos dedilhavam aquela melodia de Caetano que sempre tocou meu coração. Eu ri com certa ironia e antes que você tivesse percebido. Corri para a próxima rua, mas mais uma vez fora mais rápido que meus pés cansados e quando cheguei lá, você tinha brigadeiros e uma sacola cheia de livros.
Ok, aquilo já estava virando perseguição.
- Por favor, me deixe em paz. – Pedi, enquanto tentava não transparecer o misto de emoções que estava tomando meu coração.
- Só quando você disser que posso voltar. – Você respondeu e deu aquele sorriso torto que sempre desmanchou tudo que havia em mim.
- Eu já disse isso, inúmeras vezes e veja que interessante, você partiu em todas elas. – Respondi, ainda contendo tamanha emoção.
- Dessa vez vai ser diferente!
- Você disse isso nas últimas vezes também, e olha o que aconteceu? Não foi diferente, você se foi.
- Olha, eu tenho medo. Eu tenho medo de amar. Eu tenho medo de ser amado. A verdade é que eu nunca quis aceitar que estou designado a viver uma vida com você. Você é demais para mim. Você é demais para tudo que sou. Enquanto eu chego com palavras duras, você chega com os mais doces versos. Enquanto eu chego com atitudes imaturas, você vai lá e faz um senhor teatro para todos demonstrando todo seu amor. E todas às vezes em que nem cheguei, você chegou por nós. Você sempre fez de tudo por nós.
- Olha, que ótimo! Finalmente você está dando importância à todos esses anos e a tudo que fiz! – Disse colocando a tona toda raiva que havia dentro de mim.
- Sim, e eu percebi que não posso perde-la, não dessa vez. Por favor, me aceita de volta.



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