Meu bem, veja bem, eu não vou caminhar mais rápido do que os meus pés aguentam.
Eu não vou atropelar os meus sonhos, os meus encantos e os meus desejos.
Eu não vou esconder minhas imperfeições, os meus erros e os meus acertos.
Eu não vou mentir quando me perguntar coisas do passado.
Eu não vou sorrir no meu choro desatado.
Eu não vou consertar meu mundo desastrado.
Meu bem, veja bem, eu escrevi em minha alma um livro sem capa e sem pontos.
Eu construí na inconstância de mim a liberdade de que preciso.
Eu deflagrei o amor que há entre a lágrima e o sorriso.
Eu cavei em meu espírito um poço de sentimento
Eu me perdi dentro de mim em meu próprio movimento.
Meu bem, veja bem, eu não vou repreender-me, reduzir-me, retirar-me.
Eu não vou reformular meu jeito, minhas maneiras, minhas manias.
Eu não vou fechar as portas do meu coração durante ventanias.
Eu não vou voar com outras asas, andar com outros passos.
Eu não vou banalizar meus gritos, meus risos, meus abraços.
Meu bem, veja bem, me perdoe se eu criei em você algo que não sou.
Se eu te enganei em minha verdade inventada.
Se eu te embaralhei em minha mente embaralhada.
Se eu te confundi em minha própria confusão.
Se eu me fiz parecer só mais uma na multidão.



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